sábado, 31 de janeiro de 2009

QUANDO UMA SIMPLES INFECÇÃO URINÁRIA PODE LEVAR AO ÓBITO.


A morte da modelo Mariana Bridi, 20 anos, causou comoção a nação.

Foi assunto de jornais e sites internacionais. A CNN abriu um fórum de discussão sobre o assunto e um programa de TV na Croácia e jornais espanhóis trataram do assunto.Ela estava internada desde o dia 3 de janeiro no Espírito Santo. Deu entrada no hospital com infecção urinária. O seu estado agravou-se velozmente, levando-a a um quadro dramático de septicemia (infecção generalizada). Esta foi a causa da morte, segundo a perícia.Hoje se sabe que o diagnóstico inicial, pedra nos rins, não estava correto.
A HISTÓRIA

Segundo o pai da modelo, ao final do ano passado, no dia 30 de dezembro, Mariana sentiu dores nas costas. Procurou o hospital-maternidade de Vila Velha, na Grande Vitória. Os médicos disseram que era cólica renal e receitaram um analgésico.Alguns dias depois, a modelo voltou a sentir dores e foi para um posto de saúde da prefeitura de Vitória. Os exames de urina constataram a infecção. Com dificuldades de respirar, ela foi transferida para o Hospital Dório Silva na Grande Vitória.O quadro já era grave. A infecção já havia se espalhado pelo corpo. Os médicos tiveram que amputar pés e mãos. As complicações aumentaram. Ela entrou em coma e não resistiu. “É uma dor que não tem tamanho”, define o pai da modelo.


Médico explica causas da morte da modelo Mariana

Diagnóstico precoce pode salvar pacientes.


O sofrimento e morte prematuros da modelo Mariana Bridi causam ainda mais impacto quando se pensa na causas do episódio. É muito raro uma pessoa morrer em conseqüência de uma infecção urinária. Segundo o médico especialista em infecções, Ricardo Lima, tudo depende do tempo entre o diagnóstico da infecção e o início da medicação. Mariana já estava em estado grave quando foi internada. Mas as bactérias identificadas no corpo da modelo não são comuns em infecções urinárias. "Pseudomonas e estafilococos são bactérias comumente encontradas dentro de um hospital, principalmente dentro de uma unidade de pacientes críticos, pacientes graves como a terapia intensiva", explica Ricardo. Poderia ter havido, então, uma infecção hospitalar? "Há uma luta constante da terapia intensiva, dos hospitais para que essas infecções cheguem a zero e a gente consegue em determinados momentos. Mas às vezes elas são conseqüências da agressividade do tratamento a que nós temos que submeter esses pacientes", esclarece o médico. Ricardo Lima explica ainda que o poder de uma infecção depende de três fatores, como num triângulo. O tipo de bactéria, a força dessa bactéria e o sistema de defesa da pessoa. Se for diagnosticada logo, os antibióticos atuam e acabam com ela. Mas se o corpo está debilitado, ou se o diagnóstico chega tarde, a situação se complica. No caso da modelo capixaba, a contaminação por pseudomonas e estafilococos chegou à corrente sanguínea. E foi atingindo outros órgãos, provocando micro coágulos que, obstruindo a passagem do sangue, teriam provocado entupimentos - conhecidos como tromboses - que levaram à necrose das mãos e dos pés de Mariana. Eles tiveram de ser amputados. Depois foi retirada uma parte do estômago. O corpo, cada vez mais enfraquecido, não resistiu. "Não é comum o jovem de 20 anos iniciar um quadro com infecção tão agressivo, e no caso dela urinária que, a principio, é uma infecção com uma bactéria de virulência resolvível ", afirma o médico. Para os pacientes, um alerta: "Em casos de sintomas de infecção procure um médico, evite a automedicação, faça os exames para que o médico decida qual é o melhor antibiótico", avisa o médico. O caso da modelo capixaba que levou a complicações como a amputação de suas mãos e pés é raro em jovens, mas pode acontecer se o sistema imunológico do paciente estiver enfraquecido ou se o atendimento médico tiver sido errado ou demorado. Esta é a avaliação do médico Ricardo Lima, chefe do Centro Terapia Intensiva do Hospital Samaritano e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva. Quanto mais demorado o diagnóstico, mais difícil o combate ao problema. As bactérias se espalham e ficam resistentes, aumentando a chance de complicações. Todo tratamento depende de três fatores: da defesa imunológica do paciente, da quantidade de germes no organismo, e do tipo de germe. Quanto mais resistente o germe, mais difícil o tratamento - completa.

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