Explicar até que o ministro Tarso Genro tenta. O difícil é entender o critério. O mesmo governo que nega asilo político a dois atletas cubanos que tentam fugir do regime ditatorial cubano, concede-o a um suposto criminoso condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos. Isto é: privilegia-se o regime reconhecidamente férreo de um país comunista e se dá as costas à decisão judicial de um país democrático, cuja Justiça funciona a contento, de tal forma que o modelo de combate à Cosa Nostra serve de modelo a outros países em que a máfia atua. O Ministro Tarso Genro que apesar da preferência demonstrada pelo presidente, optando provisoriamente pela candidatura de Dilma Rousseff, ainda alimenta esperança de ser o escolhido final na disputa à Presidência, parece com suas atitudes estar acendendo velas para a esquerda. Sonha que a ministra, apesar da nova programação visual que vai merecer até máscaras de Carnaval, instrumento inteligente para sua popularização, não consiga superar o temperamento que dificulta sua convivência com os pobres mortais. O agradinho a Fidel e seu regime quase falido, que procura agora cair nas graças de Barack Obama para sobreviver, sabe bem ao gosto da esquerda nativa de quem ainda é o “queridinho”. Os argumentos do ministro da Justiça em ambas as situações comportam contestação. O benefício da dúvida que teve agora sobre uma eventual perseguição política que Cesare Battisti sofreria se voltasse à Itália, não foi concedido aos boxeadores cubanos. Nem se questione a concessão ao italiano por ter em sua banca de defesa um advogado que sempre foi figura respeitada no PT: Luiz Eduardo Greenhalgh. Também o questionamento sobre se teria sido concedido a Battisti amplo direito de defesa, não resiste à qualidade da Justiça exercida naquele país, bem mais antiga que a nossa. Além do que a denúncia sobre os quatro assassinatos supostamente cometidos por ele partiu de um ex-companheiro de convicções ideológicas. O que parece certo é ter o Brasil se enfiado numa “camisa de onze varas”, sem nenhum resultado prático, em nome de uma suposta “soberania nacional”. Soberania se comprova quando o Brasil enfrenta de forma firme as demonstrações de intolerância de vizinhos como Evo Morales, agora de novo beneficiado com investimentos brasileiros, depois de ter tripudiado sobre a mais importante empresa brasileira: a Petrobrás. Ou quando não se rende às fanfarronices do presidente equatoriano. Logo, logo, teremos o paraguaio Fernando Lugo impondo regras ao Brasil. Como lembrava meu velho pai: “quem se abaixa demais, mostra regiões que o pudor deve recatar”. Ou algo parecido!
Pedro Washington é jornalista no Paraná, com passagem pela Rádio Difusora de Itajaí na década de 1960.
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