quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

MORADOR ATROPELADO OU ATROPELOU MÁQUINA DE LIMPEZA DA PREFEITURA?

O incidente aconteceu no dia 11/01 na altura da rua 2400 e ainda provoca muita indagação.

Tang Ming Siung, 70 anos, morreu após ser atropelado por uma patrola da prefeitura que realizava trabalhos de limpeza na principal praia da cidade. De acordo com as informações divulgadas pela Polícia Civil, que apura o caso, o chinês Tang Ming Siung teria sido atropelado no início da manhã. Ele era morador da cidade e chegou a ser socorrido com vida, mas morreu logo após dar entrada num hospital da cidade.

Porém, o acidente parece ter outro desfecho. Segundo informações de pessoas que viam quase todos os dias Ming Siung de manhã na praia, ele tinha o hábito de praticar corrida de costas. Além disto, quando o corpo foi encaminhado ao hospital, apresentava escoriações na parte posterior e não havia indicações que a máquina havia atropelado o morador.

Uma suposição é que o morador atropelou a máquina, e não o contrário. Como o morador costumava correr de costa, não é impossível que não tenha percebido a máquina e batido de costas contra ela. Ainda que a máquina estivesse em movimento. Um fato que traz ainda maior dúvida sobre o acidente, é que as máquinas quando estão utilizando a ré, fazem um barulho alto de aviso.

Impossível? Só as investigações poderão dizer.

Segundo informou a prefeitura, funcionários da Secretaria Municipal de Obras trabalhavam na limpeza da areia com uma retroescavadeira e uma patrola no momento do acidente. Não há informações de qual delas teria atingido o chinês. Os trabalhadores que estavam no local pela manhã deverão prestar depoimento à Polícia Civil, pois nenhum deles teria visto o atropelamento de Tang.

O secretário de Obras, Valmir Pereira, conta que este trabalho é feito na praia há mais de 20 anos e jamais havia acontecido um acidente semelhante. Nesta segunda-feira, os funcionários que estavam na praia no momento do acidente só se deram conta do ocorrido após serem avisados pelo coordenador.

Segundo o secretário, o corpo do turista estava caído próximo a duas máquinas, e ninguém soube ao certo com qual veículo Siung teria se chocado.

— O coordenador dos trabalhos viu que tinha alguém caído próximo das máquinas e mandou parar com tudo. Imediatamente o coordenador foi chamar socorro das ambulâncias do Samu.

Siung chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Santa Inês, mas morreu poucas horas depois. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), ele fraturou três costelas, que teriam perfurado o fígado e o baço. O impacto teria ocorrido na parte posterior do corpo. De ferimentos externos, Siung tinha um pequeno corte no rosto, que possivelmente ocorreu após cair no chão.

Segundo informações do IML, o corpo já foi liberado e deve ser encaminhado por uma funerária particular para São Paulo, onde a vítima morava.

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as circunstâncias do acidente e começou a ouvir depoimentos de funcionários e diretores da Secretaria de Obras. O delegado Carlos Jorge Schlosser diz que mais pessoas devem ser ouvidas. O responsável pelo acidente poderá ser indiciado por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar.

A Secretaria de Obras de Balneário Camboriú deve aumentar a segurança nas operações de limpeza e tapa-buracos nas areias da Praia Central após o acidente.

Obras não devem parar

O secretário Valdir Pereira explica que o serviço não pode parar, pois as máquinas trabalham na padronização da faixa de areia. Ele afirma que destinará mais funcionários para orientar e acompanhar o trabalho e que as máquinas deverão ser equipadas com sinais sonoros e luminosos adicionais.

As cinco máquinas (uma patrola e quatro retroescavadeiras) percorrem frequentemente a orla da Praia Central para tapar os buracos deixados pela água da chuva que desce das galerias. Em alguns pontos, como na altura da rua 2400 onde aconteceu o acidente, os buracos viram obstáculos para banhistas.

Com a retroescavadeira, a areia é retirada de alguns pontos e depositada nos buracos. A patrola passa depois para nivelar tudo. O trabalho é feito durante a madrugada e segue até amanhecer para evitar horário com fluxo intenso de turistas. Quando chove, a atividade é mais frequente.

— A máquina, quando está em marcha ré, faz um barulho muito alto, quase ensurdecedor. E tem giroflex também, para ser vista de longe. Foi uma fatalidade isso que aconteceu e nós ficamos transtornados com isso — lamenta Pereira.

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