terça-feira, 4 de novembro de 2008

MESMO PROIBIDA, A AUTO-HEMOTERAPIA VOLTOU

A auto-hemoterapia voltou, desta vez, circulando na internet e no tradicional boca à boca.
Em 2007, manchetes de jornais e programas de televisão fizeram reportagens a respeito da terapia que resultou na suspensão da prática.
Agora, um vídeo completo mencionando casos de utilização da auto-hemoterapia, circula no You Tube e tornou-se popular entre aqueles que querem utilizá-la.
Um dos perigos está na aplicação do método sem nenhum acompanhamento médico. Qualquer pessoa que conheça o processo de retirada de sangue com uma seringa e reaplicação no músculo, pode acabar fazendo, com riscos diretos à saúde e, em casos extremos de erro na aplicação, levar à morte.
A prática foi proibida pelo Conselho Federal de Medicina e pela Anvisa, ou seja, nenhum profissional da área pode aplicar o tratamento.
Mas afinal, o que é auto-hemoterapia e porque tornou-se popular?
Para os defensores da técnica, Auto-Hemoterapia consiste da retirada de sangue da veia de um indivíduo e reposição imediata no músculo da nádega ou do braço da própria pessoa, estimulando assim o Sistema Retículo-Endotelial (S.R.E), o que provocaria a quadruplicação dos macrófagos em todo organismo.
Segundo o médico Ricardo Veronesi, o macrófago é uma célula importante no mecanismo de defesa do sistema imunológico do organismo, já que responde por várias funções como a destruição de vírus, bactérias, complexos auto-imunes e células anormais (neoplásicas).
Apesar de ser uma técnica ainda contestada por grande parte da comunidade médica, tem um histórico antigo.
No Brasil tornou-se conhecida em 2007 após reportagem do programa da TV Globo, Fantástico, questionando o uso da Auto-Hemoterapia. Também no Brasil foi realizada a pesquisa mais esclarecedora. O professor Jesse Teixeira provou que o Sistema Retículo-Endotelial era ativado pela auto-hemoterapia, em seu trabalho publicado e premiado em 1940 na “Revista Brasil – Cirúrgico”, mês de Março.

Segundo o site de Fátimah Borges, Dr. Jesse Teixeira provocou a formação de uma bolha na coxa de pacientes, com cantárida, substância irritante. Fez a contagem dos macrófagos – células de defesa do sistema imunológico. Antes da auto-hemoterapia, a cifra foi de 5%. Após a auto-hemoterapia a cifra subiu a partir da 1ª hora, chegando após 8 horas a 22%. Manteve-se em 22% durante 5 dias e finalmente declinou para 5% no 7º dia após a aplicação.
O site afirma: o estudo comprovou que a auto hemoterapia provoca a quadruplicação dos macrófagos, células multi
funcionais do sistema imunológico.
Os diversos casos citados em artigos e por outros profissionais que passaram a utilizar a AH, como a enfermeira
Ida Zaslavsky, em Florianópolis, chamaram a atenção de profissionais em todo o Brasil, que também tiveram acesso ao vídeo e passaram a incluir esse procedimento em suas clínicas.
Em Recife passou a ser utilizada na rede pública, em Postos de Saúde, com bons resultados, segundo o médico que estava à frente do projeto, e fez esta declaração ao Fantástico em 2007.
A resposta das instituições profissionais não demorou.
Alguns conselhos de medicina e de enfermagem a princípio desaconselharam seu uso até que estudos mais conclusivos fossem feitos. Outros simplesmente proibiram sua prática. Mesmo após a proibição a prática volta a circular com força na Internet, e passada entre pessoas, boca à boca, via e-mail, em blogs. Vários sites promovem uma Campanha Nacional em defesa a Auto-hemoterapia.
Como explicar o retorno de prática que foi proibida pelos dois maiores órgãos reguladores? Onde está a verdade? Afinal o tratamento surte efeitos?
Muitos sites e blogs afirmam categoricamente: A autohemoterapia só não foi aprovada por força de interesses
financeiros da indústria farmacêutica.
Impossível? Teoria da Conspiração? Talvez, mas se lembrarmos o que a indústria do cigarro fez para negar os efeitos nocivos do cigarro, inclusive quando pressionada em julgamento público na Corte Americana, vemos que impossível não é.
De outro lado, será que a técnica não acaba prometendo mais do que realiza? E se é eficaz, porque não existem artigos científicos que corroborem os resultados?
A técnica foi proibida pelo Conselho Federal de Medicina e pela Anvisa, através de nota técnica divulgada em
de abril de 2007, com os seguintes argumentos:
“1. A prática do procedimento denominado auto-hemoterapia não consta na RDC nº. 153 que determina o regulamento técnico para os procedimentos hemoterápicos...”
“...Não existem evidências científicas, trabalhos indexados, que comprovem a eficácia e segurança deste procedimento.”
“Este procedimento não foi submetido a estudos clínicos de eficácia e segurança, e a sua prática poderá causar reações adversas, imediatas ou tardias, de gravidade imprevisível.”“A Resolução CFM nº 1.499, proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica.”

Um comentário:

  1. AUTO-HEMOTERAPIA PERMITIDA
    A busca da verdade é algo fascinante, porque ela anda junto com a justiça, a ética e todos os princípios estabelecidos pela humanidade em função do bem comum. Por isto o mundo sempre lembra a vitória de Pirro, aquele general que ganhou uma batalha, mas nela arriscou tudo e perderia a guerra logo no confronto seguinte. Algo parecido tem ocorrido com a condenação do uso da auto-hemoterapia pelo Conselho Federal de Medicina, que vem influenciando outros órgãos da área de saúde. Os argumentos insustentáveis contra a técnica vêm desmoronando a cada dia, pois a própria categoria dos médicos está reagindo e mostrando aos poucos o quanto foi errada a decisão de anunciar publicamente que a auto-hemoterapia não teria comprovação científica.

    Além das dezenas de declarações de médicos a favor da auto-hemoterapia – técnica que consiste na retirada de sangue da veia e aplicação no músculo, capaz de curar várias enfermidades – o Conselho Federal de Medicina viu-se obrigado a publicar um esclarecimento que põe de água abaixo os argumentos do seu Parecer Nº 12/2007. Eis a publicação, feita no Jornal de Medicina nº 168: “Nota de esclarecimento - Em face de falha na redação do artigo “Auto-hemoterapia não tem eficácia comprovada’ no Jornal Medicina (XXII, 167, DEZ/2007, p.11), esclarecemos que o procedimento terapêutico denominado “tampão sangüíneo peridural” é cientificamente amparado por relevante literatura médica e remetemos o leitor ao texto que trata dessa matéria no Parecer CFM 12/07.”

    Com este esclarecimento, o CFM anuncia que a auto-hemoterapia é permitida aos médicos anestesistas, pois o “tampão sangüíneo peridural” nada mais é do que uma espécie de auto-hemoterapia utilizada durante cirurgias. Mais grave ainda é que este procedimento foi comentado no Parecer do CFM, porém numa tentativa de desqualificá-lo. A nota de esclarecimento do CFM foi publicada também no site da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

    Trata-se de uma referência idêntica à do Dr. Alex Botsaris, que disse, em artigo: “não é verdade que essa terapêutica não tenha nenhum fundamento, nem que não haja nenhum trabalho publicado sobre ela na literatura mundial ou nacional, como afirma a SBHH”. Dr. Botsaris informou que “Na base de dados pubmed, do NIH (Instutito Nacional de Saúde americano), considerada a maior base de dados médicos do mundo, existem cerca de 106 estudos científicos publicados sobre auto-hemoterapia, a maioria sendo clínicos.” Segundo ele, “É um numero modesto, mas mostra que alguma pesquisa já foi realizada.”

    A contradição do CFM fica patente quando vemos a nota referente ao Parecer sobre auto-hemoterapia afirmar que "não há comprovação de sua efetividade, nem de sua segurança". E foi mais longe, dizendo que "não existem estudos relativos à auto-hemoterapia desde a sua proposição como recurso terapêutico na primeira metade do século XX até os dias atuais" e que "não há evidência científica disponível que permita a sua utilização em seres humanos". Além do mais, o presidente do Conselho, Edson de Oliveira Andrade, enfatizou que "Os que o praticarem (o procedimento) deverão ser denunciados, para serem processados por isso. Trata-se de uma falácia, que não tem valor científico e não pode ser aceita.” Como explicar a correção da nota, se ela permite o uso da auto-hemoterapia e comprova sua eficácia científica?

    Mais uma vez o CFM deve explicações ao público, pois admite o uso do Tampão Sanguíneo Peridural. O Tampão Sanguíneo Peridural é auto-heoterapia. E agora, então? A Auto-hemoterapia está permitida? Ou é permitido fazê-la em uns casos e em outros não? Em quais casos é permitido? As explicações que o CFM deve terão efeito em cadeia, pois influi nas decisões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia - SBHH e dos Conselhos Regionais de Medicina - CRM.

    Estes fatos confirmam que a decisão anunciada em dezembro pelo CFM foi precipitada, pois atendia a uma pressa de impedir a propagação do uso da técnica, que vem sendo cada vez mais adotada pelo Brasil afora. Esta precipitação levou a tomarem decisão com base em parecer superficial e tendencioso, que não levou em conta o resultado de mais de cem anos de prática e pesquisas na área, o que fica comprovado com a reação dos anestesiologistas. Com tudo isso, quem ficou e ainda está sendo prejudica foi a população, que precisa da auto-hemoterapia para enfrentar inúmeros problemas de saúde. Foi por conta dessas interpretações que o CREMERJ cassou o registro do Dr. Luiz Moura. Ele é médico e foi cassado por usar auto-hemoerapia durante cerca de sessenta anos. Os anestesiologistas podem usar. Por quê Dr. Moura não?

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