A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, foi derrotada nas únicas três cidades do Estado de Santa Catarina visitadas pelo presidente Lula durante a campanha.
Criciúma, Itajaí e Joinville foram alvos de visita de Lula no último dia 13 de setembro. Ele participou da inauguração da duplicação de trechos da BR 101 no sul do Estado, visitou o Porto de Itajaí e encerrou a passagem realizando um comício em Joinville, maior colégio eleitoral catarinense.
Em Criciúma, Dilma foi derrotada por uma diferença de dez mil votos: obteve 38 mil contra 48 mil votos do candidato tucano. Em Itajaí, no litoral norte, a diferença foi de oito mil votos. Já em Joinville, palco do polêmico discurso de Lula em que afirmou que o "DEM deveria ser extirpado" da política, a diferença chegou a 60.366 votos.
José Serra obteve 145.858 votos, 46,5% do eleitorado, enquanto Dilma registrou 85.492. Foi a maior diferença entre os dois candidatos em Santa Catarina, justamente em uma cidade administrada pelo PT.
De acordo com o professor Sérgio Saturnino, cientista político e coordenador do Instituto de Pesquisas Sociais da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), a presença de Lula, que registra aprovação recorde em quase todas as pesquisas não seria suficiente para reverter votos em alguns municípios. Segundo ele, o PT não estaria estritamente ligado à Lula e a migração de votos não seria algo tão "certo".
"O Lula é maior do que o PT. Ele conta com a aprovação popular ao ponto do próprio PSDB ter tentado se atrelar sua imagem na campanha. Mas isso não significa que um governo de seu partido será igual", afirmou. "O que existe é o lulismo. Os votos transferidos são lulistas e não petistas", argumentou o professor.
Saturnino destaca que o PT terá que "repensar" seu posicionamento político após a saída de Lula da presidência. "O partido irá ter que debater seu caminho sem sua maior figura em cargo público", concluiu.
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