Grupo de mamíferos nadou próximo à costa da Ilha de Santa Catarina na sexta-feira
Pelo menos cinco exemplares de orcas foram avistadas próximas à costa de Florianópolis, em Santa Catarina, nos últimos dias.
A presença dos animais, populares em todo o mundo por conta dos filmes em que a espécie aparece como protagonista e dos shows de acrobacias nos parques temáticos norte-americanos, surpreendeu um grupo de pescadores que navegava entre as praias dos Ingleses e Santinho, ao Norte da Ilha de Santa Catarina, na sexta-feira passada.
A aparição encantou a todos que estavam na embarcação, comandada pelo empresário paulista Henrique Umeoka, 34 anos, que desde o final do verão mantém a Costão Pesca e Turismo, empresa especializada no turismo de pesca.
Na ocasião, Umeoka levava uma equipe de reportagem de um programa de pesca para uma gravação na costa da Capital.
— Eles me perguntaram o que poderiam aproveitar no passeio além de pescar. Eu falei que poderíamos encontrar facilmente pinguins. Com alguma sorte, lobos ou leões-marinhos e, se fossemos extremamente sortudos, até golfinhos e baleias. Pois que surgiram as orcas — brinca Umeoka, que há cerca de um ano trocou São Paulo (SP) por Florianópolis.
A sequência de saídas com a equipe de gravação do programa de pesca teve início ainda na terça-feira passada. No primeiro dia, chegaram a flagrar grupos de baleias da espécie franca, comuns nesta época do ano no Litoral do Estado. Apesar de imponentes, a aparição da espécie não os deixou tão animados como as da sexta-feira:
— Quando eu vi as barbatanas, pensei que fossem golfinhos, por causa do formato, que é diferente da espécie franca. Nos aproximamos para fazer imagens e foi aquele choque — relembra.
Segundo ele, eram pelo menos cinco animais, com tamanhos diferentes. O empresário acredita que se tratassem de fêmeas adultas e filhotes. Pelo tamanho, porém, estipula, não há como afirmar que as menores eram recém-nascidas.
O grupo nadou por cerca de 20 minutos entre as redes de pesca para anchova colocadas por pescadores da região entre as ilhas das Aranhas e do Badejo, no Norte da Ilha, e depois desapareceu. A proximidade dos animais e o risco de algum deles ficar preso às redes deixou a todos preocupados.
Umeoka explica que seu sócio, o manezinho Fábio Luciano, com pelo menos 20 anos de experiência no mar, também ficou "abismado" com a presença das orcas na região. Desde que teve início sua relação com a pescaria, não tinha visto animais da espécie por aqui.
Visita constante em alto-mar
A ocorrência de orcas no Litoral Catarinense não é rara, garante a diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca (PBF), Karina Groch. Segundo a bióloga, a cada ano há relatos de pescadores que flagram cardumes da espécie que entre os trabalhadores é conhecida como"Galha-alta", por causa do formato da barbatana, em alto-mar.
— O que há de diferente é que ainda não tínhamos recebido informações da ocorrência próximo à costa e a comprovação dos fatos com imagens — ressalta.
Como outros animais, explica a especialista, as orcas vivem em todos os oceanos e costumam aproximar-se do litoral apenas à procura de alimentação. No Brasil, são comuns as aparições no litoral paulista, empurradas por correntes marítimas e atraídas pela água mais quente na superfície do mar naquela região.
Visualizar Orcas são avistadas em SC em um mapa maior
Orcas |
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Ocorrência: Ocorre em todo o mundo, da linha do Equador às calotas polares. Peso e comprimento: Fêmeas pesam até sete toneladas. Os machos chegam aos 10 mil quilos quando adultos. Medem entre 8,5 metros e 10 metros. Características: Costuma viver em cardumes de 3 a 25 animais. Alimenta-se de aves e outros peixes, inclusive baleias, condição que contribui para o estereótipo da espécie no mundo. Reprodução: gestação de 12 a 16 meses. Filhotes costumam nascer entre outubro e março. Curiosidade: Costuma viver em grupos sociais estáveis, ao contrário de outras espécies. Filhotes e adultas permanecem unidas por praticamente toda a vida. No caso das baleias-franca, por exemplo, mãe e filhotes ficam juntos por no máximo um ano. |
Fonte: Bióloga Karina Groch |
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