Segunda a Organização Mundial da Saúde (OMS), são consideradas zonas de epidemia de violência aquelas com taxas superiores a 10 homicídios por 100 mil habitantes.
Tomando-se por base esta definição, Santa Catarina pode ser considerada Zona de Epidemia de Violência. Os dados oficiais indicam que no ano passado foram cometidos 837 assassinatos no Estado, quase o mesmo número de 2008, quando foram registrados 834.
Esperava-se que o índice de violência recuasse após a implantação do Plano Estadual de Segurança, lançado em setembro pelo Governo do Estado. Analisando-se os números, a situação permanece a mesma e, alguns tipos de delitos, até mesmo aumentaram. Os principais motivos dos crimes foram tráfico de drogas (33%) e desavença (28,6%). O meio mais usado foram as armas de fogo (64,8%).
Em recente estudo publicado pela Rede Informação Tecnológica Latino-Americana e os Ministérios da Justiça e da Saúde, comprovam que a violência no Brasil, não está mais apenas nos grandes centros urbanos, mas se alastrou pelo interior e em pequenas comunidades rurais com igual virulência.
O estudo também mostrou como o crime compensa, pois os assaltos a agencias bancárias no interior trazem "resultados" compensadores aos praticantes dos crimes.
Os novos números confirmam Camboriú no topo do ranking estadual dos crimes contra a vida, com o índice de 64,02 assassinatos por 100 mil, seguindo-se Navegantes, (52,33), Itajaí, (36,61) e Biguaçu (33,69). Os dados confirmam que tanto o número de vítimas quanto o de autores de homicídios vem aumentando entre a população jovem na faixa etária dos 15 aos 24 anos. A violência é maior naquelas áreas em que a presença do Estado é menor, ou seja, em áreas periféricas que, muitas vezes, sequer dispõem de serviços públicos elementares. Os dados da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil revelam que, no ano passado, um terço (33%) dos assassinatos foi motivado pelo tráfico de drogas.
As estatísticas são alarmantes e mostram a dura realidade das políticas públicas adotadas em todo Brasil para contenção ou controle da criminalidade. Trata-se de uma epidemia que deve ser tratada com remédio amargo.
São necessários investimentos em aumento do efetivo das forças de segurança, treinadas e equipadas à altura da tarefa, adoção de políticas corajosas contra o tráfico de drogas e a punição efetiva aos transgressores. A questão da punição não compete obviamente ao poder municipal nem tão pouco ao poder estadual, pois a Lei Penal é competência exclusiva do Poder Federal.
Também o estado de Santa Catarina deve fazer uma reflexão sobre as políticas sociais necessárias à diminuição do crime, promovendo e incentivando projetos que tragam inclusão e desenvolvimento social.
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