É uma conseqüência natural de todas as cidades devido ao aumento de sua população fixa ou transitória. As cidades não são planejadas para isso. E Balneário Camboriú não poderia ser diferente ao apresentar um trânsito de veículo fora da normalidade principalmente em períodos agudos de festas natalinas, de fim de ano, de verão, de feriados etc., mas perfeitamente contornável com uma boa política de trânsito. Lembrando que fora dessas temporadas o fluxo de veículo flui normalmente sem a necessidade de grandes obras.
Vamos esquecer a execução de obras faraônicas para o nosso trânsito porque só serve para engordar o bolso dos executores de projetos e aumentar o IPTU da cidade. E pergunto: por acaso, alguma cidade brasileira foi ou está sendo planejada para receber turista e não ter congestionamento de carros? Leio algumas críticas implacáveis à cidade, injustas, com soluções que estão mais relacionadas à conveniência doméstica de cada um do que ao problema do decantado mau planejamento da cidade. Por exemplo: os moto-taxistas, os táxis, as motos e as bicicletas querem as ruas livres para eles. Por outro lado, os ônibus de turismo - que param em fila-dupla desrespeitando as regras de trânsito – não deveriam entrar na cidade. Deveria o município disponibilizar um terminal turístico, na entrada de Balneário Camboriú, para desembarque e conexão a microônibus que levariam os passageiros e bagagens aos respectivos hotéis.O grande perigo dessa psicose de mau planejamento da cidade está nas soluções mirabolantes que alguns já começam a engendrar, como construção de elevadas, passarelas etc. Para que poluir o espaço aéreo desta cidade, que deve preservar a sua qualidade de vida sem degradar o espaço de sua beleza natural? A cidade, guardada as devidas proporções, não tem que se amoldar ao fluxo turístico e temporário de pessoas, fazendo obras paliativas e caras, mas equilibradamente respeitar o padrão e qualidade de vida local sem deixar de ser uma cidade com vocação para o turismo.O grande mal dos gestores de administrações públicas municipais é não se preocupar com a capacidade populacional das cidades. Não haverá planejamento sustentável se não existir responsabilidade pública com o inchaço das cidades. É o que se está observando em Balneário Camboriú, lamentavelmente, com as construções de grandes espigões residenciais, o que só pode vir a agravar a infraestrutura básica local e tornar o trânsito mais conturbado.
Julio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
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